“A formulação por Bahá´u´lláh em Seu Kitáb-i-Aqdas, das leis fundamentais de Sua Dispensação foi seguida, à medida que Sua Missão se aproximava do término, pela enunciação de certos preceitos e princípios que se encerram no próprio âmago de Sua Fé, pela reafirmação de verdades anteriormente por Ele proclamadas, pela elaboração e pela elucidação de algumas das leis que Ele já expusera, pela revelação de ainda mais profecias e advertências e pelo estabelecimento de preceitos subsidiários designados a suplementar as provisões de Seu Mais Sagrado Livro. Estes foram registrados em inúmeras Epístolas, as quais Ele continuou a revelar até os últimos dias de Sua vida terrena. … Estas Epístolas – efusões poderosas e finais de Sua infatigável Pena – devem ter um lugar entre os frutos mais seletos produzidos por Sua mente, e elas assinalam a consumação de Seu ministério de quarenta anos de duração.”
Seis das Epístolas às quais a passagem supra citada se refere e que são incluídas neste volume, foram traduzidas para o inglês e publicadas em 1917 pela Bahá´í Publishing Society, em Chicago, segundo instruções de ´Abdu´l-Bahá. Essa edição há muito tempo se esgotou e seu conteúdo é atualmente conhecido à maioria dos bahá´ís agora, só mediante excertos impressos em compilações ou citados em outros escritos. Além disso, à medida que se aumentavam as traduções do Texto Sagrado que fluíam da pena de Shoghi Effendi, tornava-se evidente que as traduções anteriores deveriam ser melhoradas, tanto em exatidão como em estilo. A Casa Universal de Justiça autorizou, pois, a preparação do presente volume, o qual ela descreve como mais uma tentativa de verter em inglês adequado a inigualável expressão vocal de Bahá´u´lláh. Sempre que alguma parte do texto já havia sido traduzida pelo Guardião, essa tradução foi usada. Essas passagens são identificadas pelas Notas no fim do livro.
Toda glória a este Dia, o Dia em que as fragrâncias da misericórdia manaram sobre todas as coisas criadas, um Dia tão abençoado que as eras passadas e os séculos idos não podem esperar jamais o rivalizar, um Dia em que o semblante do Ancião dos Dias se volve para Sua sede santa. Com isso se fizeram ouvir as vozes de todas as coisas criadas e, além delas, as da Assembléia nas Alturas, clamando: “Apressa-te, ó Carmelo, pois eis, a luz do semblante de Deus, - Quem rege o Reino dos Nomes e moldou os céus – sobre ti se ergueu.”
Extasiada de júbilo, e levantando altamente sua voz, ela assim exclamou: “Seja minha vida um sacrifício a Ti por haveres Tu fixado em mim Teu olhar, me concedido Tua graça e a mim dirigido Teus passos. Separação de Ti, ó Fonte da vida eterna, quase me consumiu, e meu afastamento de Tua presença me extinguiu a alma. Todo louvor a Ti, pois me possibilitaste ouvir Teu chamado, me honraste com Tuas pegadas e me ressuscitaste a alma através da fragrância vitalizadora de Teu Dia e da voz penetrante de Tua Pena, voz esta que ordenaste fosse Teu toque e clarim em meio a Teu povo. E quando soou a hora em que Tua irresistível Fé haveria de se manifestar , insuflaste em Tua Pena um sopro de Teu espírito e eis, a criação inteira se abalou até os fundamentos, desvelando à humanidade os mistérios que jaziam ocultos dentro dos tesouros d´Aquele que é o Possuidor de todas as coisas criadas.”
Mal sua voz alcançara aquele mais excelso Lugar, quando respondemos: “Rende tu agradecimentos a teu Senhor, ó Carmelo. O fogo de tua separação de Mim rapidamente te consumia, quando ante tua face surgiu o oceano de Minha presença, alegrando teus olhos e os de toda a criação, e enchendo de deleite todas as coisas visíveis e invisíveis. Regozija-te, pois Deus, neste Dia, sobre ti estabeleceu Seu trono, te fez o ponto do alvorecer de Seus sinais e a aurora das evidências de Sua Revelação. Bem-aventurado quem a teu redor circula, quem proclama a revelação de tua glória e relata o que a generosidade do Senhor teu Deus fez sobre ti chover. Segura tu o Cálix da Imortalidade em nome de teu Senhor, o Todo-Glorioso, e a Ele rende graças, desde que, como sinal de Sua misericórdia a ti, transformou em alegria tua tristeza e em júbilo extático, teu pesar. Em verdade, Ele ama o lugar que se fez a sede de Seu trono, que Seus pés pisaram, ao qual foi conferida a honra de Sua presença, donde ergueu Seu chamado e sobre o qual derramou Suas lágrimas.
“Chama Sião, ó Carmelo, e anuncia as jubilosas novas: Veio Aquele que estava oculto dos olhos mortais! Está manifesta Sua soberania predominante; revela-se Seu esplendor que a tudo abrange. Acautela-te, para que não hesites, nem pares. Apressa-te a sair e circundar a Cidade de Deus que se fez baixar do céu, o Kaaba celestial a cujo redor têm circulado em adoração os favorecidos de Deus, os puros de coração, e a companhia dos mais excelsos anjos. Oh, quanto eu anseio por anunciar a todo lugar na superfície da terra e levar a cada uma de suas cidades, as boas novas desta Revelação – uma Revelação à qual o coração do Sinai se sentiu atraído e em cujo nome clama a Sarça Ardente: - “A Deus, Senhor dos Senhores, pertencem os reinos da terra e do céu”. Verdadeiramente, este é o Dia em que tanto a terra como o mar se regozijam por causa desse anúncio, o Dia para o qual foram guardadas aquelas coisas que Deus, por uma graça além da compreensão de qualquer mente ou coração mortal, destinou à revelação. Em breve fará Deus navegar sobre ti Sua Arca, e tornará manifesto o povo de Bahá que o Livro dos Nomes mencionou.”
Santificado seja o Senhor de toda a humanidade, a menção de Cujo Nome fez vibrarem todos os átomos da terra e levou a Língua da Grandeza a revelar aquilo que estivera envolto em Seu conhecimento e jazia oculto dentro do tesouro de Seu poder. Em verdade, Ele, através da potência de Seu nome, o Poderoso, o Onipotente, o Altíssimo, rege tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra.
Esta é a Mais Sagrada Epístola, a qual se fez descer do santo reino àquele que volveu a face para o Objeto da adoração do mundo, para o Ser que veio do céu da eternidade, investido de glória transcendente.
Em nome do Senhor, o Senhor de grande glória.
Esta é uma Epístola, oriunda de Nossa presença, dirigida àquele que os véus dos nomes não puderam impedir de Deus, o Criador da terra e do céu, a fim de que seus olhos se alegrem nos dias de Seu Senhor, o Amparo no Perigo, O que subsiste por Si Próprio.
Dize tu: Ó seguidores do Filho!1 Tendes vós vos excluído de Mim por causa de Meu Nome? Por que razão não ponderais isto em vossos corações? Dia e noite tendes estado invocando vosso Senhor, o Onipotente, mas quando veio do céu da eternidade em Sua grande glória, d´Ele vos apartastes, permanecendo submersos na negligência.
Considera aqueles que rejeitaram o Espírito2 quando Ele lhes veio com domínio manifesto. Quão numerosos os fariseus que se haviam recolhido nas sinagogas em Seu nome, lamentando-se por estarem d´Ele separados, e, no entanto, quando os portais da reunião de par em par se abriram e o Luminar Divino se irradiou, resplandecente, da Aurora da Beleza, eles desacreditaram em Deus, o Excelso, o Poderoso. Deixaram de atingir Sua presença, embora Seu advento lhes fosse prometido no Livro de Isaias, bem como nos Livros dos Profetas e dos Mensageiros. Nenhum dentre eles volveu a face para o Amanhecer da graça divina, salvo quem estivesse destituído de qualquer poder entre os homens. E hoje, entretanto, todo homem dotado de poder e investido de soberania se orgulha de Seu Nome. Além disso, recorda tu aquele que contra Jesus pronunciou sentença de morte. Era o mais erudito de sua época, em seu próprio país, enquanto aquele que era apenas um pescador, n´Ele acreditou. Acautela-te e sê dos que observam a advertência.
Considera, outrossim, como são numerosos, neste tempo, os monges que se têm recolhido em suas igrejas, invocando o Espírito, mas quando apareceu, através do poder da Verdade, d´Ele deixaram de se aproximar, e se incluem no número dos que se desviaram completamente. Feliz quem os abandonou e dirigiu a face Àquele que é o Desejo de todos os que estão nos céus e todos os que estão na terra.
Lêem o Evangelho e ainda recusam reconhecer o Senhor Todo-Glorioso, não obstante haver Ele vindo através da potência de Seu domínio excelso, poderoso e benévolo. Nós, verdadeiramente, viemos por vossa causa e temos suportado os infortúnios do mundo por vossa salvação. Fugis de Alguém que sacrificou Sua vida a fim de que vós viésseis a reviver? Temei a Deus, ó seguidores do Espírito, e não andeis nas pegadas de qualquer sacerdote que se tenha desviado. Imaginais vós que este Ser busque Seus próprios interesses, quando, em todos os tempos O ameaçaram as espadas dos inimigos, ou que procure as vaidades do mundo, depois de se haver sujeitado ao aprisionamento na mais desolada das cidades? Sede eqüitativos em vosso julgamento e não sigais as pegadas dos injustos.
Abri as portas de vossos corações. Aquele que é o Espírito está, em verdade, diante delas. Por que vos mantendes longe d´Aquele cujo desígnio era aproximar-vos de um Lugar resplandecente? Dize: Nós, verdadeiramente, abrimos para vós os portais do Reino. Quereis vós trancar as portas de vossas casas diante de mim? Isso, deveras, não é, senão um erro lastimável. Ele, em verdade, tem descido novamente do Céu, assim como daí desceu a primeira vez. Guardai-vos de disputar o que Ele proclama, do mesmo modo que o povo antes de vós disputava Suas declarações. Assim vos instrui o Ser Verdadeiro, pudésseis vós apenas perceber isso.
O Rio Jordão une-se ao Mais Grandioso Oceano, e o Filho, no sagrado vale, exclama: “Aqui estou, aqui estou, Ó Senhor, meu Deus!” enquanto o Sinai rodeia a Casa, e a Sarça Ardente profere em altas vozes: “Aquele que é o Desejado veio em Sua transcendente majestade.” Dize, Eis! Veio o Pai, e se cumpriu o que vos foi prometido no Reino! É esta a Palavra que o Filho ocultou, quando àqueles a Seu redor Ele disse: “Não podeis suportá-la agora.” E quando se cumprira o tempo determinado e a Hora havia soado, a Palavra resplandeceu acima do horizonte da Vontade de Deus. Acautelai-vos, ó seguidores do Filho, para que não a rejeiteis. A ela vos deveis segurar tenazmente. Isto vos é melhor do que tudo o que possuis. Verdadeiramente, Ele está próximo dos que fazem o bem. Veio a Hora que havíamos ocultado do conhecimento dos povos da terra e dos anjos favorecidos. Dize, Ele, deveras, deu testemunho de Mim e d’Ele dou Eu testemunho. Em verdade, a outro Ele não visava, senão a Mim. Disso dá testemunho cada alma que é eqüitativa e que possui compreensão.
Embora cercados de incontáveis aflições, Nós convocamos o povo a Deus, o Senhor dos Nomes. Dizei, esforçai-vos por atingirdes o que vos foi prometido nos Livros de Deus, e não andeis no caminho daqueles destituídos de conhecimento. Meu corpo tem suportado encarceramento a fim de que vós vos possais livrar da escravidão do ego. Volvei vossas faces, pois, para Seu semblante, e não sigais as pegadas de todo opressor hostil. Verdadeiramente, Ele tem consentido em ser penosamente rebaixado, para que vós atinjais glória e, no entanto, estais vos divertindo no vale da negligência. Ele, em verdade, vive na mais desolada das moradas por vossa causa, enquanto vós habitais em vossos palácios.
Dize, não escutastes a Voz do Arauto que clama no deserto do Bayán, trazendo-vos as boas novas da vinda de vosso Senhor, o Todo-Misericordioso? Eis! Ele veio, abrigado à sombra do Testemunho, investido de provas e evidências concludentes, e aqueles que verdadeiramente n’Ele acreditam consideram Sua presença a expressão do Reino de Deus. Bem-aventurado o homem que para Ele se volve, e infelizes aqueles que O negam ou d’Ele duvidam.
Anuncia tu aos sacerdotes: Eis! Veio Quem é o Governante! Que saias detrás do véu em nome do teu Senhor, Aquele que faz prostrar todos os homens. Proclama, então, à toda humanidade as boas novas desta grande, desta gloriosa Revelação. Aquele que é o Escírito da Verdade veio, deveras, a fim de vos guiar à toda verdade. Não é inspirado em Si Próprio que Ele fala e sim, como ordena Aquele que é o Onisciente, O de toda sabedoria.
Dize, este é Quem glorificou o Filho e Lhe exaltou a Causa. Rejeitai, ó povos da terra, o que vós possuis e segurai-vos firmemente àquilo que vos foi ordenado pelo Onipotente, Aquele que é o Portador da Incumbência de Deus. Purificai vossos ouvidos e a Ele dirigi vossos corações, a fim de que possais escutar o mais admirável Chamado, que se ergueu do Sinai, a morada de vosso Senhor, o Mais Glorioso. Isso, em verdade, fará com que vos aproximeis do Lugar onde havereis de perceber o esplendor da luz de Seu semblante, o qual resplandece acima deste Horizonte luminoso.
Ó união de sacerdotes! Deixai os sinos e saí, então, de vossas igrejas. Cumpre-vos, neste dia, proclamar em altas vozes entre as nações o Nome Supremo. Preferís vós guardar silêncio, enquanto toda pedra e toda árvore exclama: “Veio o Senhor em Sua grande glória!”? Feliz o homem que a Ele se apressa. Em verdade, está incluído entre aqueles cujos nomes estarão anotados eternamente e que a Assembléia no Alto haverá de mencionar. Assim foi decretado pelo Espírito nesta Epístola admirável. Quem convoca os homens em Meu nome, é, verdadeiramente, um dos Meus, e haverá de manifestar o que está além do poder de todos aqueles que se encontram na terra. Segui vós o Caminho do Senhor e não andeis nas pegadas dos que estão submersos na negligência. Feliz o adormecido que se desperta ao sentir a Brisa de Deus e se levanta dentre os mortos e dirige seus passos ao Caminho do Senhor. Em verdade, aos olhos de Deus, o Verdadeiro, tal homem é considerado uma jóia entre os homens e é incluído no número dos bem-aventurados.
Dize: No Oriente irrompeu a Luz de Sua Revelação; no Ocidente os sinais de Seu domínio apareceram. Ponderai isto em vossos corações, ó povo, e não sejais dos que lastimavelmente erraram quando lhes veio Minha Lembrança, a mando do Todo-Poderoso, do Todo-Louvado. Que a Brisa de Deus vos desperte. Em verdade, tem soprado sobre o mundo. Feliz aquele que lhe descobriu a fragrância e se incluiu no número dos convictos.
Ó assembléia de bispos! Sois as estrelas do céu de Meu conhecimento. Minha misericórdia não deseja vossa queda na terra. Minha justiça, entretanto, declara: - Foi isso que o Filho decretou. E qualquer cisa que tenha procedido de Seus lábios imaculados, verídicos, fidedignos, jamais será alterada. Os sinos, verdadeiramente, ressoam Meu Nome e sobre Mim lamentam, mas Meu espírito regozija-se com evidente júbilo. O corpo do Bem-Amado anseia pela cruz, e Sua cabeça almeja o dardo, no caminho do Todo-Misericordioso. A ascendência do opressor não O poderá, de modo algum, deter de Seu desígnio. Temos convocado todas as coisas criadas para atingirem a presença de teu Senhor, Rei de todos os nomes. Bem-aventurado é o homem que para Deus, o Senhor do Dia do Juízo, volveu a face.
Ó congregação de monges! Se Me quiserdes seguir, Eu vos farei os herdeiros de Meu Reino; e se contra Mim transgredirdes, Eu, com Minha tolerância, suportarei isso pacientemente, e sou, em verdade, a Eterna Clemência, o Todo-Misericordioso.
Ó terra da Síria! Onde está tua retidão? Estás, verdadeiramente, enobrecida pelas pegadas de teu Senhor. Tens tu percebido a fragrância da reunião celestial, ou haverás de ser julgada negligente?
Belém move-se com a Brisa de Deus. Ouvimos sua voz dizer: “Ó mais generoso Senhor! Onde se estabeleceu Tua grande glória? As doces fragrâncias de Tua presença me vivificaram, depois de haver eu me dissolvido em minha separação de Ti. Louvado sejas Tu por haveres levantado os véus e vindo com poder, em glória evidente.” De trás do Tabernáculo da Majestade e Grandeza, Nós lhe clamamos: “Ó Belém! Esta Luz surgiu no Oriente e procedeu em direção ao Ocidente, até que te alcançou, no entardecer de sua vida. Dize-me, pois: - Os filhos reconhecem o Pai e O aceitam, ou negam-No, assim mesmo como o povo de outrora a Ele (Jesus) negou? - Com isso, Belém exclamou, dizendo: “Tu és, em verdade, o Onisciente, o Mais Informado.” Verdadeiramente, vemos como todas as coisas criadas são impelidas a dar testemunho de Nós. Alguns Nos conhecem e dão testemunho, enquanto a maioria dá testemunho, mas não Nos conhece.
O Monte Sinai vibra de júbilo ao contemplar Nosso semblante. Levantou sua voz cativante em glorificação de seu Senhor, dizendo: “Ó Senhor! Percebo a fragrância de Tuas vestes. Parece-me que estás próximo, investido dos sinais de Deus. Com Tuas pegadas tens Tu enobrecido estas regiões. Grande é a bem-aventurança de Teu povo - se Te pudesse apenas conhecer e de Ti inalar as doces fragrâncias, e infelizes os que se encontram profundamente adormecidos.”
Feliz és tu, que volveste a face para Meu semblante, desde que rompeste os véus, demoliste os ídolos e tens reconhecido teu Senhor eterno. O povo do Alcorão contra Nós se tem levantado, sem qualquer prova ou evidência clara, atormentando-Nos, a todo instante, com um tormento novo. Imaginam futilmente que tribulações possam frustrar Nosso Desígnio. Vão, em verdade, é aquilo que têm imaginado. Verdadeiramente, teu Senhor é Quem ordena qualquer coisa que Lhe apraza.
Jamais passei Eu por uma árvore, sem que Meu coração a ela se dirigisse, dizendo: “Oxalá fosses tu cortada em Meu nome e sobre ti Meu corpo fosse crucificado!” Revelamos esta passagem na Epístola ao Xá, afim de que servisse de advertência aos seguidores das religiões. Verdadeiramente, teu Senhor é o Onisciente, a Suma Sabedoria.
Não permitas que as coisas por eles perpetradas te entristeçam. Em verdade são eles como mortos e não vivos. Deixa-os aos mortos e volve tua face, então, para Aquele que vivifica o mundo. Acautela-te para que as palavras dos negligentes não te entristeçam. Sê tu firme na Causa, e ensina o povo com completa sabedoria. Assim te prescreve Quem rege a terra e o céu. Ele é, em verdade, o Onipotente, o Mais Generoso. Em breve Deus exaltará tua lembrança e com a Pena de glória inscreverá o que tu pronunciaste por causa de Seu amo.
Em verdade é Ele o Amparo dos que fazem o bem.
Dá Minha lembrança àquele de nome Murád e diga: “Bem-aventurado és tu ó Murád, por haveres rejeitado as insinuações de teu próprio desejo e seguido Aquele que é o Desejo de toda a humanidade.”
Dize: Bem-aventurado o adormecido que se desperta com Minha Brisa. Bem-aventurado aquele sem vida que se ressuscita através de Meus sopros vivificadores. Bem-aventurados os olhos que se confortam ao contemplarem Minha beleza. Bem-aventurado o caminhante que dirige os passos ao Tabernáculo de Minha glória e majestade. Bem-aventurado o sofredor que busca refúgio à sombra de Meu pálio. Bem-aventurado o sedento que se apressa às águas suaves de Minha benevolência, as quais suavemente fluem. Bem-aventurada a alma insaciável que, por amor a Mim renuncia seus desejos egoístas e toma seu lugar na mesa de banquete que Eu fiz descer do céu da graça divina para Meus eleitos. Feliz o humilhado que se segura firmemente à corda de Minha glória; e o necessitado que entra na sombra do Tabernáculo de Minha riqueza. Bem-aventurado o inculto que busca a fonte de Meu conhecimento, e o negligente que vem a apegar-se à corda de Minha lembrança. Bem-aventurada a alma que se ressuscitou ao ser atingida por Meu sopro vivificador e à qual foi concedido acesso a Meu Reino celestial. Bem-aventurado o homem que se comoveu através das doces fragrâncias da reunião Comigo, assim se aproximando do Alvorecer de Minha Revelação. Feliz o ouvido que escutou, e a língua que deu testemunho, e Bem-aventurados os olhos que viram e reconheceram o próprio Senhor, em Sua excelsa glória e majestade, investido de grandeza e domínio. Bem-aventurados aqueles que têm atingido Sua presença. Bem-aventurado o homem que do Sol de Minha Palavra buscou iluminação. Bem-aventurado quem adornou sua cabeça com o diadema de Meu amor. Bem-aventurado é aquele que soube de meu pesar e se levantou para Me apoiar entre Meu povo. Bem-aventurado é aquele que sacrificou a vida em Meu caminho e suportou múltiplas tribulações por causa de Meu Nome. Feliz o homem que, havendo se assegurado de Minha Palavra, se levantou dentre os mortos para celebrar Meu louvor. Bem-aventurado é aquele que se extasiou com Minhas admiráveis melodias e rompeu os véus, através da potência de Minha grandeza. Bem-aventurado é aquele que se tem mantido fiel a Meu Convênio e a quem as coisas do mundo não têm impedido de atingir Minha Corte de santidade. Bem-aventurado é o homem que de tudo se desprendeu, menos de Mim, que alçou vôo na atmosfera de Meu amor, obteve acesso a Meu Reino, contemplou Meus domínios de glória, sorveu as águas vivificadoras de Minha graça e, do rio celestial de Minha terna providência, se saciou, que veio a conhecer Minha Causa e a apreender o que Eu ocultara dentro do tesouro de Minhas Palavras, e que resplandeceu do horizonte do conhecimento divino, dedicando-se a Meu louvor e Minha glorificação. Ele é, em verdade, um dos Meus. Que sobre ele repousem Minha misericórdia, Minha benevolência, Minha generosidade e Minha glória.
Este é o Chamado do Todo-Glorioso que se proclama do Horizonte Supremo na Prisão de ‘Akká.
Ele é o Esclarecedor, o Onisciente, O de tudo Informado
Deus, o Verdadeiro, atesta - e os Reveladores de Seus nomes e atributos dão testemunho - que Nosso objetivo único em erguermos o Chamado e proclamarmos Sua Palavra sublime, é que o ouvido da criação inteira, através das águas vivificadoras da expressão divina, se possa purificar dos relatos falsos e se pôr em harmonia com a santa, gloriosa e excelsa Palavra que procedeu do repositório do conhecimento d’Aquele que fez os Céus e criou os Nomes. Felizes são os que julgam com eqüidade.
Ó povo da terra!
A primeira Boa-Nova que, nesta Revelação de Suma Grandeza o Livro Mater transmitiu a todos os povos do mundo, é que a lei da guerra santa foi apagada do Livro. Glorificado seja o Todo-Misericordioso, o Senhor de graça abundante, através de Quem a porta da generosidade celestial se abriu de par em par perante todos os que estão no céu e na terra.
A segunda Boa-Nova é permitido que os povos e raças do mundo se associem uns com os outros jubilosa e radiantemente. Ó povo! Convivei com os seguidores de todas as religiões em espírito amistoso e fraternal. Assim o sol de Sua sanção e autoridade resplandeceu acima do horizonte do decreto de Deus, Senhor dos mundos.
A terceira Boa-Nova refere-se ao estudo de diversas línguas. Este decreto emanou anteriormente da Pena do Altíssimo: cumpre aos soberanos do mundo - que Deus os ampare - ou aos ministros da terra, consultar uns com os outros e adotar uma das línguas existentes, ou uma nova, a ser ensinada às crianças nas escolas do mundo inteiro, e também, uma só escrita. Assim toda a terra virá a ser considerada como um só país. Feliz quem escuta Seu Chamado e observa o que Deus, o Senhor do Poderoso Trono, lhe ordena.
A quarta Boa-Nova se qualquer um dos reis - que Deus os ampare - se levantar para proteger e apoiar este povo oprimido, todos deverão competir uns com os outros em amor e serviço a ele. Isto é uma incumbência para todos. Felizes aqueles que agem desta maneira.
A quinta Boa-Nova. Em todo país em que qualquer uma destas pessoas residam, elas devem mostrar lealdade ao governo desse país e ser honestas e verazes. É isso que foi revelado, a mando d’Aquele que ordena, o Ancião dos Dias.
É uma inescapável incumbência para os povos do mundo - para cada um e todos - prestar auxílio a esta momentosa Causa que veio do céu da Vontade de Deus sempiterno, para que o fogo da animosidade que arde nos corações de alguns povos da terra possa, porventura, ser extinguido pelas águas vivificadoras da sabedoria divina e em virtude dos conselhos e exortações celestiais, e assim a luz da unidade e concórdia possa irradiar, difundindo sobre o mundo seu resplendor.
Nutrimos a esperança de que, através dos sinceros esforços daqueles que são os expoentes do poder de Deus - excelsa seja Sua glória - as armas de guerra em todo o mundo sejam convertidas em instrumentos de reconstrução, e que se eliminem dentre os homens a luta e o conflito.
A sexta Boa-Nova é a realização da Paz Menor, da qual os detalhes foram anteriormente revelados por Nossa Mais Exaltada Pena. Grande é a bem-aventurança daquele que a sustenta e que observa qualquer coisa que tenha sido ordenada por Deus, o Onisciente, o Sapientíssimo.