Seleção dos Escritos de ‘Abd'u’l-bahá
‘Abd'u’l-bahá
10:57 h Bahá’í
Compilado pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça - Centro Mundial Bahá’í Tradução de Leonora Armstrong, Peiman Milani e Luis Henrique Beust Título original: Selections from the Writings of ‘Abdu’l-Bahá Copyright ( 1978: The Universal House of Justice Direitos reservados sob a Convenção de Berna) Copyright desta edição ( 1993: Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil Traduzido para o inglês por um Comitê no Centro Mundial Bahá’í e por Marzieh Gail Elaboração das Notas adicionais às da edição em inglês: Peiman Milani e Luis Henrique Beust
Seleção dos Escritos de ‘Abd‘u’l-Bahá

“Ele é - e para todo o sempre deve assim ser considerado - primeiro e acima de tudo, o Centro e Eixo do incomparável e todo abrangente Convênio de Bahá’u’lláh, Sua mais exaltada obra, o imaculado Espelho de Sua Luz, o perfeito Exemplar de Seus ensinamentos, o infalível Intérprete de Sua Palavra, a encarnação de todos os ideais e virtudes bahá’ís, o Mais Poderoso Ramo nascido da Raiz Antiga, o Sustentáculo da lei de Deus, o Ser “em torno de nomes”, o Manancial da Unidade do Gênero Humano, o Porta-estandarte da Paz Máxima,
a Lua do Orbe Central desta mais sagrada Revelação…”
Texto de Shoghi Effendi, o Guardião da Bahá’í

Prefácio

A exposição que ‘Abdu’l-Bahá fez da Revelação Bahá’í acha-se reunida em três espécies de texto: Suas obras escritas, as muitas compilações dos pronunciamentos Seus que foram registrados, e Sua correspondência. As obras por Ele redigidas, tais como The Secret of Divine Civilization, A Traveller’s Narrative e a Última Vontade e Testamento foram traduzidas para o inglês. Do mesmo modo, muitas compilações de Seus pronunciamentos registrados - entre as quais se poderiam mencionar O Esplendor da Verdade, Memorials of the Faithful, Palestras em Paris - estão permanentemente disponíveis em edições inglesas. Durante sessenta anos, porém, não se fez nenhuma coletânia, em inglês, de suas inumeráveis cartas; os três volumes de Tablets of ‘Abdu’l-Bahá, publicados nos Estados Unidos entre 1909 e 1916, apesar de reimpressos mais tarde, muito estão esgotados.

Esta compilação busca constituir uma seleção muito mais ampla que a feita na elaboração daqueles antigos volumes; seu exame dará noção da vasta gama de assuntos que o Mestre tratava em Sua correspondência. Incluem-se várias Epístolas traduzidas por um Comitê no Centro Mundial, que partiu de antigos rascunhos de Shoghi Effendi feitos ainda durante o ministério de ‘Abdu’l-Bahá. Figura também na compilação um grande número de Epístolas vertidas pela Sra. Marziéh Gail, as quais lhe foram remetidas da coleção de mais de 19.000 cópias originais e autenticadas do Centro Mundial. Algumas Epístolas famosas, como a correspondência com Auguste Forel e a maior parte da Epístola a Haia, foram omitidas, que podem ser encontradas em publicações separadas.

As felizes e abençoadas almas contempladas com a grande maioria das Epístolas aqui coligidas eram os primeiros crentes do Oriente e do Ocidente - indivíduos, grupos, comissões ou assembléias organizadas dos amigos; assim, é impossível sobreestimar o valor dessas palavras sagradas para as comunidades nascentes do Ocidente naqueles dias em que a literatura bahá’í em inglês era extremamente escassa.

Crê-se que a publicação destes escritos do Mestre servirão para intensificar, no coração de quantos O amam, o fervor de responderem a Seu chamado, bem como contribuirão para uma melhor percepção da maravilhosa harmonia entre o humano e o divino da qual Ele, o Mistério de Deus, foi tão perfeito exemplar.

Referências Ao Alcorão

Nas notas concernentes ao Alcorão, as suras foram numeradas de acordo com a original, ao passo que os números dos versículos são os usados na versão de Rodwell, vez por outra, dos texto árabe.

1

Ó povos do mundo! O Sol da Verdade surgiu a fim de iluminar toda a Terra e espiritualizar a comunidade do homem. Louváveis são seus resultados - sem frutos - e abundantes as santas evidências que desta graça derivam. Isso é misericórdia genuína e a mais pura generosidade; é luz para o mundo e todos seus povos; é harmonia e companheirismo, amor e solidariedade; é, em verdade, compaixão e unidade e o fim do desamor; é a unificação de todos na Terra, em completa dignidade e liberdade.

Diz a Abençoada Beleza: “Todos vós sois os frutos de uma árvore, as folhas do mesmo ramo”. Assim Ele equiparou este mundo existente a uma única árvore e todos os povos às folhas dessa árvore, às flores e frutos. É necessário que o ramo floresça e a folha e o fruto medrem, e da interconexão de todas as partes dessa árvore - o mundo - é que depende o viço da folha e da flor, e a doçura do fruto.

Por esta razão devem todos os seres humanos apoiar vigorosamente um ao outro e buscar a vida eterna; por esta razão aqueles que amam a Deus devem tornar-se, neste mundo contingente, as graças e bênçãos dispensadas por aquele Rei clemente dos domínios visíveis e invisíveis. Que purifiquem a vista e vejam todos os seres humanos como as folhas, as flores e os frutos da árvore da existência. Que em todas as oportunidades ocupem-se em fazer algo de bom para algum de seus semelhantes, e ofereçam amor, consideração e ajuda atenciosa a alguma pessoa. Que a ninguém vejam como inimigo ou como pessoa que lhes quer mal, e sim pensem em toda a humanidade como amigos; que tenham o estranho por pessoa íntima, o desconhecido por companheiro, e mantenham-se livres do preconceito, sem construir barreira alguma.

Neste dia, é estimado no Limiar do Senhor quem oferece o cálice da fidelidade àqueles que estão ao redor; quem confere, até mesmo aos inimigos, a jóia da generosidade; e quem até mesmo ao opressor caído estende a mão em auxílio; é quem vier a ser amigo amoroso do mais violento adversário. São estes os Ensinamentos da Abençoada Beleza, estes os conselhos do Maior Nome.

Ó vós, queridos amigos! O mundo está em guerra e a espécie humana está em tribulação e combate mortal. A noite tenebrosa do ódio prevalece e a luz da boa extinguiu-se. Os povos e raças da Terra afiaram as garras e estão a arremessar-se uns contra os outros. É o próprio alicerce da espécie humana que está sendo destruído. São milhares as famílias errantes e desapossadas, e cada ano milhares e milhares de seres humanos a contorcer-se, banhados no próprio sangue vital em empoeirados campos de batalha. As tendas da vida e da alegria foram derrubadas. Os generais põem em prática suas táticas, jactando-se do sangue que derramaram, rivalizando-se mutuamente no estímulo à violência. “Com esta espada”, diz um deles, “eu decapitei um povo inteiro!” E outro exclama: “Eu fiz vir abaixo uma nação!” E ainda outro: “Eu fiz cair um governo!” De tais coisas vangloriam-se os homens, tais as coisas das quais se envaidecem! O amor, a retidão - estes são em toda parte censurados, ao mesmo tempo em que a harmonia e a devoção à verdade são desprezadas.

A da Abençoada Beleza convoca o gênero humano à segurança e ao amor, à amizade e à paz; ergueu seu tabernáculo nas alturas da Terra e dirige o chamado a todas as nações. Portanto, ó vós que amais a Deus, reconhecei o valor desta preciosa Fé, obedecei-lhe os ensinamentos, segui nesta estrada traçada em linha reta e mostrai ao povo este caminho. Levantai as vozes e cantai a canção do Reino. Difundi em toda parte os preceitos e conselhos do Senhor amoroso, de modo que este mundo se transforme em outro mundo, esta terra sombria inunde-se de luz e o corpo morto da humanidade levante e viva; para que toda alma suplique pela imortalidade, através dos sagrados sopros de Deus.

Em breve, vossos dias, que velozmente passam, terão findado, e a fama e as riquezas, os confortos e os deleites proporcionados por este monte de lixo, o mundo, terão desaparecido sem deixar traço sequer. Convocai o povo, pois, a Deus, e convidai a humanidade a seguir o exemplo da Companhia do alto. Sede pais amorosos para o órfão, e refúgio para o desamparado, e tesouro para o pobre, e cura para o enfermo. Sede os que auxiliam toda vítima de opressão e que protegem os desafortunados. Buscai, em todos os tempos, prestar algum serviço a todo membro do gênero humano. Não atenteis para a aversão e a rejeição, para o desdém, a hostilidade e a injustiça; agi do modo contrário. Sede sinceramente bondosos, não apenas na aparência. Que cada um dos bem-amados de Deus concentre a atenção nisto: ser a personificação da misericórdia do Senhor ao homem, ser a graça do Senhor. Que faça algum bem a toda pessoa com quem cruza no caminho e seja-lhe de algum benefício. Que aprimore o caráter de cada um e nova orientação às mentes dos homens. Desta maneira, a luz da guia divina irradiar-se-á e as bênçãos de Deus abrigarão toda a humanidade; pois o amor é luz, não importa em que morada habite, e o ódio é escuridão onde quer que faça seu ninho. Ó amigos de Deus! Para que o Mistério oculto possa ser manifesto, e a essência secreta de todas as coisas para revelar-se, esforçai-vos por banir essa escuridão para todo o sempre.

2

Ó meu Senhor! De Ti me aproximei nas profundezas desta noite tenebrosa, confiei em Ti com a língua de meu coração, trêmulo de júbilo ao perceber as doces fragrâncias que manam de Teu reino, o Todo-Glorioso, e a Te invocar, dizendo:

Ó Meu Senhor, palavras não encontro para Te glorificar; nenhum caminho vejo por onde a ave de minha mente possa alçar vôo para Teu Reino de Santidade; pois Tu, em Tua própria essência, estás santificado acima desses tributos e em Teu próprio ser estás além do alcance daqueles louvores a Ti oferecidos pelo povo que criaste. Na santidade de Teu próprio ser estás desde sempre elevado além da compreensão dos eruditos da Companhia no alto, e para sempre haverás de permanecer envolto na santidade de Tua própria realidade, jamais alcançado pelo conhecimento daqueles habitantes de Teu Reino excelso que Te glorificam o Nome.

Ó Deus, Meu Deus! Como Te posso glorificar ou descrever, inatingível que és; imensuravelmente elevado e santificado estás, acima de toda descrição e todo louvor.

Ó Deus, Meu Deus! Tem misericórdia, pois, de meu estado de desamparo, de minha pobreza, minha aflição, meu rebaixamento. Dá-me de beber do generoso cálice de Tua graça e perdão, comove-me com as doces fragrâncias de Teu amor, alegra-me o íntimo com a luz de Teu conhecimento, purifica minh’alma com os mistérios de Tua unicidade, ressuscita-me com a brisa suave que sopra dos jardins de Tua misericórdia - até que eu me aparte de tudo menos de Ti, e me segure à orla de Teu manto de grandeza, e relegue ao esquecimento tudo o que não seja Tu, e seja acompanhado pelos doces sopros que manam durante estes, Teus dias, e atinja a fidelidade em Teu limiar de Santidade, e me levante para servir Tua Causa e ser humilde diante de Teus bem-amados; até que, na presença daqueles por Ti favorecidos, eu seja o próprio nada.

Verdadeiramente, Tu és o Amparo, o Sustentáculo, o Excelso, o Mais Generoso.

Ó Deus, meu Deus! Suplico-Te pelo alvorecer da luz de Tua Beleza, que iluminou toda a Terra; e pelo relance dos olhos de Tua compaixão divina, os quais têm em conta todas as coisas; e pelo mar encapelado de Tuas dádivas, no qual todas as coisas estão imersas; e por Tuas nuvens que transbordam generosidade e chovem favores sobre a essência de todas as coisas criadas; e pelos esplendores de Tua misericórdia que existia antes de o mundo ser - que ajudes Teus eleitos a serem fiéis, e auxilies Teus bem-amados a servirem em Teu Limiar excelso, e os faças conquistar a vitória através dos batalhões de Teu poder que sobre todas as coisas predomina; que os reforces com grande hoste guerreira que procede da Assembléia do alto.

Ó meu Senhor! Eles são almas fracas que se apresentam em Tua porta; são indigentes em Teu pátio, desesperados de Tua graça, em necessidade extrema de Teu socorro, volvendo as faces para o reino de Tua unicidade, suspirando pelas bênçãos de Tuas dádivas. Ó meu Senhor! Inunda-lhes as mentes com Tua santa luz; purifica-lhes os corações com a graça de Teu amparo; alegrando-lhes o íntimo com a fragrância da felicidade que mana de Tua Companhia no alto; ilumina seus olhos pela contemplação dos sinais e símbolos de Teu poder; faze-os as insígnias da pureza, os estandartes da santidade que tremulam alto nos ápices da Terra, acima de todas as criaturas; faze com que suas palavras comovam corações duros como a rocha sólida. Possam levantar-se para Te servir e dedicar-se ao Reino de Tua divindade, e volver as faces para o domínio de Tua Auto-Subsistência, e difundir em toda parte Teus sinais, e ser iluminados por Tuas luzes resplandecentes, e desvelar Teus mistérios ocultos. Que guiem Teus servos a águas plácidas e à fonte de Tua misericórdia que salta e corre no âmago do coração de Tua unicidade. Possam eles içar a vela do desprendimento na Arca da Salvação e mover-se sobre os mares de Teu conhecimento; que estendam largas as asas da unidade e por meio delas alcem vôo para o Reino de Tua unicidade, para que se tornem servos aos quais a Assembléia Suprema dará aplauso, cujos louvores os habitantes de Teu todo-glorioso domínio haverão de pronunciar; que escutem os arautos do mundo invisível a erguer a proclamação das Mais Poderosas Boas Novas; que eles, por desejo de Te encontrar, Te invoquem e supliquem, entoando maravilhosas orações ao alvorecer da luz - ó meu Senhor que de todas as coisas dispões - vertendo lágrimas ao amanhecer e ao anoitecer, ansiando por entrar na sombra de Tua misericórdia que jamais finda.

Ajuda-os, ó meu Senhor, sob todas as condições, apoia-os em todos os tempos com Teus anjos de santidade, aqueles que são Tuas hostes invisíveis, Teus batalhões celestiais, que levam à derrota os exércitos reunidos deste mundo inferior.

Tu, em verdade, és o Potente, o Poderoso, o Forte, Aquele Que a tudo abarca, O Que tem domínio sobre tudo o que existe.

Ó santo Senhor! Ó Senhor de benevolência! Circundamos Tua morada, desejando ardentemente contemplar Tua beleza e amando todos os Teus caminhos. Somos desditosos, humildes e de pouco valor. Somos indigentes: mostra-nos misericórdia, concede-nos favores; não olhes nossas falhas, oculta nossos pecados sem fim. Apesar de sermos o que somos, ainda pertencemos a Ti, e o que pronunciamos e ouvimos é louvor a Ti, e é Tua a face que buscamos, Tua a trilha que seguimos. És o Senhor de clemência, e nós somos pecadores; estamos errantes, longe de nossa morada. Concede-nos, pois, ó Nuvem de Misericórdia, algumas gotas de chuva. Ó Jardim Florido de graça, faze manar brisa fragrante. Ó Mar de todas as dádivas, desdobra em nossa direção uma grande onda. Ó Sol de Generosidade, emite um raio de luz. Concede-nos compaixão, concede-nos graça. Por Tua beleza! Vimos sem outra provisão senão nossos pecados, sem nenhuma boa ação para relatarmos, com esperanças somente. A não ser que Teu véu ocultador nos cubra e Tua proteção nos escude e aninhe, que poder têm estas almas desamparadas para levantar e Te servir, que recursos têm estes seres aflitos para que possam exibir coragem? Tu que és o Forte, o Todo-Poderoso! ajuda-nos, favorece-nos; estamos caídos, revivifica-nos com as chuvas de Tuas nuvens de graças; somos inferiores, ilumina-nos com os raios brilhantes do Sol de Tua unicidade. Imerge estes peixes sedentos no oceano de Tua misericórdia, guia ao abrigo de Tua unidade esta caravana errante; ao manancial da guia conduze aqueles que para longe se desviaram, e concede refúgio dentro dos recintos de Tua grandeza àqueles que perderam o caminho. Refresca Tu estes lábios ressecados com as águas copiosas e gentis do céu, ressuscita estes mortos para a vida eterna. Ao cego, concede olhos para enxergar. Faze o surdo ouvir, o mudo falar. Faze com que o esmorecido se ponha em chama, torna cauteloso o desatento, alerta o orgulhoso; desperta aqueles que dormem.

És o Potente, és o Doador, és o Amoroso. Verdadeiramente és o Generoso, o Mais Excelso.

Ó vós, bem-amados de Deus, vós, os auxiliadores deste Servo evanescente! Quando o Sol da Realidade irradiou infinitos favores do Ponto do Alvorecer de todo anelo, e o mundo da existência foi iluminado de pólo a pólo com a luz sagrada, com tal intensidade emitiu Seus raios que pode banir para sempre a escuridão infernal; com isso, esta Terra de tornou-se a inveja das esferas celestiais, e este lugar inferior adquiriu a condição e a roupagem do reino altíssimo. A suave brisa de santidade soprou sobre este mundo, espargindo doces sabores; os ventos primaveris do céu perpassaram-no; sobre ele, da Fonte de todas as dádivas, manaram aragens fecundas carregadas de infinita mercê. Então raiou a brilhante alvorada, e chegaram notícias de grande júbilo. A primavera divina estava aqui, com tendas erguidas sobre o mundo contingente, de modo que toda a criação saltava e dançava. A terra seca encheu-se de floração imortal, o morto despertou para a vida eterna. Apareceram então flores de erudição mística e, evidenciando o conhecimento de Deus, brotou do solo nova vegetação. O mundo contingente exibia as generosas dádivas de Deus, o mundo visível refletia as glórias de domínios ocultos da vista. Proclamou-se o chamado de Deus, preparou-se a mesa do Convênio Eterno; o cálice do Testamento foi passado de mão em mão, o convite universal foi emitido. Então, alguns entre o povo foram acesos com o vinho do céu, enquanto outros foram deixados sem nenhuma porção desta maior das dádivas. A vista e a percepção de alguns foram iluminadas com a luz da graça, e houve aqueles que ao ouvir os hinos da unidade saltaram de júbilo. Pássaros começaram a gorjear nos jardins da santidade, e rouxinóis, nos ramos da roseira cele